Embaraçosa desculpa
Depois me chega com assanho.
Veste a camisola
Que estou sem fome.
O pesadelo que tive
Foi acordado mesmo:
A ambulância chegou
Junto com a polícia.
Acabou meu remédio.
Vou sair à porta
E não volto mais.
O jornal levará notícia
Aos desavisados.
Meus olhos agitados
Afogados em sangue
Exalando maldição
Explicam o dever cumprido.
Aos poucos
Meus nervos dilacerados
Descansam numa pluma onírica.
O telefone adormece;
As luzes pulsam nas cortinas;
O tapete lembra o soalho de açougue.
A vela, em sentinela
Espia a transubstanciação.
O desamor fede a
Adeus, menina
Da paixão que carrego
Num recorte de retrato
Atirado na lixeira.
(_crotalo_)
Um comentário:
Bom!
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