Na direção contrária ou favorável sei que vou andar
Por onde vou, faço de mim o meu verdadeiro lugar
A imensidão de cada passo se revela bem depois
Sem afastar o lado bom que se apontou no coração
E na bagagem um volume bruto de afirmações
Mesmo sabendo a recaída ser possível de chegar
Mais cedo ou tarde, ruindo ilusões, virando a mesa, e a recobrar
Coragem para não ter medo de errar
E o que sobrar do turbilhão voraz que arrasta o que é fugaz
Sou eu de novo, consolidado com o desejo de passar
Descalço e nu, realizado e feito como comecei
Certo de que em meu umbigo não habita nenhum um rei
Na direção por onde vou, sou eu de novo
Levando aceso o meu coração
Consolidando a coragem de passar do turbilhão
E habitar o meu lugar na imensidão.
[j. guedes]
Este postadouro visa a se tornar um vergel de textos sobre impressões da realidade e viagens introspectivas com destino ao reconhecimento da interação do ser com o pensamento,além de exercitar a estética sensorial através de versos. As críticas e suplementos dos leitores são importantes para fertilizar o que se está "versemeando". Enfim, insta-se traduzir sensações para a linguagem textual.
sábado, 8 de outubro de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
pira-se na vida
Acordei no meu aniversário
Que ressaca, gastei o meu salário
Numa festa que tinha gente boa
E tinha otários!
pira-se na vida...
Acordei e fui pro meu trabalho
No caminho, o trânsito parado
Meu horário corre disparado
Ah ah ah ah ah
Que ressaaaaaaaca!
Tantas metas me deixam sufocado
E sem retorno ao surto inflacionário
Que revira meu bolso
Nas mãos dos salafrários
Se um dia houver revanche
Quem será o culpado?
Publicidades de multinacionais
Espalhadas por todos os lugares
Hesitei-me e comprei por mero impulso
O que nem precisava:
Mais uma cilada!
Voltei pra casa no "busu" lotado
E graúdo de desejos macabros
Pensando em tocar fogo em tudo quanto é lado!
[wladimir cazé, patrick brock, j.guedes]
Que ressaca, gastei o meu salário
Numa festa que tinha gente boa
E tinha otários!
pira-se na vida...
Acordei e fui pro meu trabalho
No caminho, o trânsito parado
Meu horário corre disparado
Ah ah ah ah ah
Que ressaaaaaaaca!
Tantas metas me deixam sufocado
E sem retorno ao surto inflacionário
Que revira meu bolso
Nas mãos dos salafrários
Se um dia houver revanche
Quem será o culpado?
Publicidades de multinacionais
Espalhadas por todos os lugares
Hesitei-me e comprei por mero impulso
O que nem precisava:
Mais uma cilada!
Voltei pra casa no "busu" lotado
E graúdo de desejos macabros
Pensando em tocar fogo em tudo quanto é lado!
[wladimir cazé, patrick brock, j.guedes]
quinta-feira, 5 de maio de 2011
o que você quer dizer com isso?
- Pois, Ele decidiu se casar.
- Ele é maluco!
- Por que diz isso? Você também não é casado?
- E eu disse que não sou?
- O quê? Casado?
- Não; maluco.
- Espere um pouco. Preciso entender o teor espirituoso de sua colocação. Bem, então você é casado e não é maluco, mas Ele pode ser julgado maluco por decidir se casar.
- E eu disse que não sou? Foi exatamente isso que lhe perguntei antes; não lhe disse que eu era maluco por ter casado.
- Mas a entonação que você empregou fez insinuar sobre o seu casamento.
- Engano seu. Aliás, era você que falava de casamento. Eu falava de maluquice.
- Sim, maluquice de quem casa.
- A conjugação de casamento com maluquice foi por sua conta. Você falava do casamento, enquanto eu falava Dele.
- Já me predisponho a desistir de entender tudo isso. Por favor, ligue a TV.
- Olha, que agradável! Bem no horário do programa que gosto!
- Prefiro outro canal, onde passam mentiras mais interessantes que essa.
- Trocar uma mentira por outra em nada muda. Aliás, mentira tem um efeito só. Acho desastroso demais dar importância a uma mentira que não seja de si próprio.
- Então, por que tanta euforia para dizer que gosta desse programa?
- Por causa dos intervalos. Tenho o perfil concreto de público-alvo das publicidades.
- E o mercado anda muito preocupado com verdades.
- Não procuro verdades. Eu quero me ver, só isso.
- Agora percebi a coerência. Você se prende às mentiras publicitárias, imaginando o que lhe dizem ser parte de si. E outro lá que é maluco.
- E eu disse que não sou? E ainda mais: você que trouxe mentiras para o meio da conversa!
- Se insistir mais um pouco, acabo por me acostumar com o seu complicado "não dizer que é". Salve-se quem puder.
[j. guedes]
- Ele é maluco!
- Por que diz isso? Você também não é casado?
- E eu disse que não sou?
- O quê? Casado?
- Não; maluco.
- Espere um pouco. Preciso entender o teor espirituoso de sua colocação. Bem, então você é casado e não é maluco, mas Ele pode ser julgado maluco por decidir se casar.
- E eu disse que não sou? Foi exatamente isso que lhe perguntei antes; não lhe disse que eu era maluco por ter casado.
- Mas a entonação que você empregou fez insinuar sobre o seu casamento.
- Engano seu. Aliás, era você que falava de casamento. Eu falava de maluquice.
- Sim, maluquice de quem casa.
- A conjugação de casamento com maluquice foi por sua conta. Você falava do casamento, enquanto eu falava Dele.
- Já me predisponho a desistir de entender tudo isso. Por favor, ligue a TV.
- Olha, que agradável! Bem no horário do programa que gosto!
- Prefiro outro canal, onde passam mentiras mais interessantes que essa.
- Trocar uma mentira por outra em nada muda. Aliás, mentira tem um efeito só. Acho desastroso demais dar importância a uma mentira que não seja de si próprio.
- Então, por que tanta euforia para dizer que gosta desse programa?
- Por causa dos intervalos. Tenho o perfil concreto de público-alvo das publicidades.
- E o mercado anda muito preocupado com verdades.
- Não procuro verdades. Eu quero me ver, só isso.
- Agora percebi a coerência. Você se prende às mentiras publicitárias, imaginando o que lhe dizem ser parte de si. E outro lá que é maluco.
- E eu disse que não sou? E ainda mais: você que trouxe mentiras para o meio da conversa!
- Se insistir mais um pouco, acabo por me acostumar com o seu complicado "não dizer que é". Salve-se quem puder.
[j. guedes]
sexta-feira, 29 de abril de 2011
*
Vultoso véu diluviano
que verte do céu!
Deflui o fôlego aflito
de quem lá fora fica,
enquanto, nas alcovas,
se salvam as almas com salmos
somados ao medo da partida.
[j. guedes]
que verte do céu!
Deflui o fôlego aflito
de quem lá fora fica,
enquanto, nas alcovas,
se salvam as almas com salmos
somados ao medo da partida.
[j. guedes]
quarta-feira, 13 de abril de 2011
batismo de capoeira
Rasteira de mestre é navalhada!
O gingador que se atreve
Já sabe que, em breve,
Ficará no chão
A perna que gira amolada
Com mira certeira
Cumpre a previsão
Se volta em gingado pra roda
Recebe outra poda
E depois pede a mão
Levanta-se com humildade o gingador
Mesurando a corda
Que rege a lição
E ganha o apodo
Que integra sua identidade
E sua vocação
D’acolá berimbau tocou
Pernada afiada no espaço ventou
No golpe que deu, fez que foi, mas voltou:
Calundu de quem vacilou!
[João Guedes]
O gingador que se atreve
Já sabe que, em breve,
Ficará no chão
A perna que gira amolada
Com mira certeira
Cumpre a previsão
Se volta em gingado pra roda
Recebe outra poda
E depois pede a mão
Levanta-se com humildade o gingador
Mesurando a corda
Que rege a lição
E ganha o apodo
Que integra sua identidade
E sua vocação
D’acolá berimbau tocou
Pernada afiada no espaço ventou
No golpe que deu, fez que foi, mas voltou:
Calundu de quem vacilou!
[João Guedes]
terça-feira, 5 de abril de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
retomadas
Penso; logo, desisto.
Desavenço; logo, malquisto.
Tenso; logo, ansiolítico.
Imenso; logo, visto.
Censo; logo, estatístico.
Propenso; logo, invisto.
Venço; logo, conquisto.
[j. guedes]
Desavenço; logo, malquisto.
Tenso; logo, ansiolítico.
Imenso; logo, visto.
Censo; logo, estatístico.
Propenso; logo, invisto.
Venço; logo, conquisto.
[j. guedes]
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