domingo, 21 de fevereiro de 2010

foro íntimo

Fixou, o homem, em seu limite de conveniência,
a plenitude do benfazejo.

Nos olhos firmes para o traçado do futuro,
o lume da sobriedade
desacanhava-se ao exacerbo,
mas sem figurar um excesso,
senão um limiar de suficiência
ou um adendo indispensável
para assegurar o êxito
de cada passo desempenhado na busca
do próprio estado de completude.

Gravitava-se no compasso tardio,
o qual se punha a consolidar
a significação de uma angular
da dinâmica da esperança.

Importava o advento dessa premissa
como convite para se fiar no ritmo da espera.

Assim, regia-se pela organicidade do tempo.
Não, tempo não.

A invenção do tempo
já mostrava-se
de afastado convencimento
nos contornos da organização
de sua base ética.

Porém, compreendia, sentia e agia
em conformidade do momento primotriz;
resultava-se da pureza primária
do reflexo pulsante e orgânico
aos estímulos exógenos tanto quanto endógenos,
de que tornava-se necessária e variavelmente hostil.

Implicados a essa equação,
os lados da escolha potencializavam
sua condição de sujeito,
pois, assim se acondicionava
pela mera faculdade de decidir
e praticar sua vontade íntima.

A omissão e a comissão encerrar-se-lhe-iam
como pólos propínquos do arbítrio
calcado no orbe da incerteza
de seu fracasso ou de seu triunfo.

No entanto, arriscava-se
ao infinito do agora,
doloroso e irrefreavelmente fértil,
a semear, por fim, surpresas e desafios
para si e a tudo que se instala em sua volta.

[j. guedes]

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