terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

luminância

Cerro meus olhos
e na vastidão rubra
o seu capitoso sorriso
desenha-se suavemente,
como a ilharga luminosa
de uma lua crescente
no meio da escuridão do céu,
enfeitando a monotonia
de um espaço baldio.

[j. guedes]

o mundo fonovirtual



Para onde as músicas se recolhem
depois que se tocam?

Haveria algum arcano
onde elas povoam em latência,
à espera de meios que lhes permitam
minar para o mundo que, por seu turno,
também lhes aguarda consubstanciadas
em admiráveis vibrações?

Creio que a música seja renovável.

O silêncio de seu fim
a recompõe;
em algum recinto etéreo
ela recupera seu fluido
depois de exaurido
o fremir
da
derradeira nota...

[j. guedes]