segunda-feira, 28 de maio de 2007

ENGARRAFADO NA AMPULHETA



O tempo não me dá tempo
De poder aproveitar o tempo,
Pois, atrasado fico eu no tempo,
Por não seguir, a cada momento,
O tempo certo da agulha em movimento.

Rotina é fadada ao desalento
E passo a cada passo lento
Pela vida tão fugaz,
Mas que novidade sempre traz,
Mesmo sendo fora do tempo.

O amor que tenho não entendo,
Mas sei que me deixa doendo.
Devastado de agonia
Bebo o soro da poesia:
Malsão em versos de elegia.


(J. Guedes)

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